Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde de 2021, Santa Maria ocupa a 10ª posição no ranking nacional de casos de HIV de cidades com mais de 100 mil habitantes. O município ocupou a posição em 2015, mas havia apresentado uma melhora no cenário. Em 2019 assumiu o 60º lugar e, em 2020, o 48º.
Conforme dados da Política Municipal de HIV/Aids, IST’s e Hepatites Virais, Santa Maria tem em torno de 2,5 mil pessoas que vivem com o vírus, mas cerca de 800 abandonaram o tratamento. Portanto, 32% das pessoas diagnosticadas com o vírus ainda podem estar transmitindo.
–O nosso maior problema são essas pessoas que não tratam e continuam transmitindo. Estamos indo atrás para tentar fazer o resgate, pois esse número é bastante significativo. Por isso todas, as nossas ações de prevenção, seja com os profissionais ou com a população são válidas para que a gente consiga diminuir esse número cada vez mais – afirma a coordenadora da política, Márcia Rodrigues de Lima, 35 anos.
CASOS DETECTADOS EM SANTA MARIA
10ª cidade brasileira com mais casos de vírus HIVCerca de 2.500 pessoas vivem com o vírus HIV32% abandonaram o tratamento
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Prefeitura realiza simpósio sobre o tema
Nesta sexta-feira (23), a Secretaria de Saúde promoveu o 1º Simpósio de Política de HIV/Aids, IST e Hepatites Virais para profissionais da saúde e estudantes. Com o tema “A rede de atenção à saúde e o enfrentamento às ISTs”, a iniciativa visa capacitar os participantes para o atendimento da população na prevenção, promoção e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis.
O evento ocorreu das 8h30min às 16h no Itaimbé Palace Hotel e contou com a presença de 240 pessoas e pelo menos um representante de cada unidade básica de saúde do município. O simpósio foi organizado em parceria com o projeto de extensão “Ações de educação em saúde para prevenção de doenças transmissíveis em Santa Maria” da Universidade Federal de Santa Maria.
Além de palestras sobre como prevenir a transmissão e sobre como estimular a população para testagem, o seminário também trouxe experiências exitosas e estratégias para aproximar a comunidade dos serviços de saúde. De acordo com a coordenadora do projeto, Laís Mara Corcini, 35 anos, a ideia é que o encontro seja um disparador de conhecimentos para que inspire todos os envolvidos a incorporar essas ações no cotidiano do seu trabalho
– As doenças transmissíveis infelizmente são alvo de um estigma muito grande, então queremos justamente dar mais visibilidade ao tema. Assim os futuros profissionais vão estar dotados desse conhecimento para conseguir falar com cuidado, fazer uma escuta de qualidade e atender os pacientes sem julgamentos e sem intimidá-los –explica Laís.
Testes e tratamento
É possível realizar testes rápidos para doenças transmissíveis de forma gratuita em todas as unidades básicas de saúde do município. A Casa 13 de Maio é a principal referência para testagem de HIV, sífilis, hepatite B e C, além disso o local também oferece um serviço de assistência especializada e o acolhimento de pessoas soropositivas.
Para atendimento no local, é preciso apresentar o cartão do SUS, documento de identidade e comprovante de residência em Santa Maria. No caso de sífilis as próprias unidades podem fazer o tratamento e no caso das hepatites a Casa 13 também é a indicação. No Instagram da Política Municipal de HIV/Aids, ISTs e Hepatites Virais é possível tirar dúvidas e conferir mais informações.
ONDE FAZER
Todas as unidades básicas de saúde oferecem testes rápidos para HIV, sífilis, hepatite B e CCasa 13 de Maio – Rua Riachuelo, 364 de segunda a sexta-feira das 08h ao 12h e das 14h às 16h30min
Próximas ações
O projeto da UFSM e a Política Municipal trabalham desde 2019 com várias ações de prevenção. São realizadas atividades em quartéis, presídios, agências de trabalhadores do sexo, escolas, entre outros. Segundo a coordenadora da política, outro simpósio irá ocorrer em dezembro deste ano para abordar pontualmente questões de tratamento do HIV.
Além disso, a UFSM irá realizar programas de extensão durante todo o mês de outubro voltadas ao combate da sífilis com o público em geral e em casas de passagem. De acordo com Laís os casos da doença estão aumentando na cidade, principalmente entre o público jovem.
– É uma doença de difícil diagnóstico, pois começa com uma ferida que não dói e que depois some, então muitas vezes as pessoas não sabem que possuem sífilis, pois não se testam. Desse modo é muito importante iniciativas de conscientização e testagem – relata.
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